Airbnb como urbanismo de plataforma: aspectos gerais e caminhos para uma abordagem multiescalar (2024)
Airbnb as platform urbanism: overview and pathways for a multi-scalar approach (2024)
Autora: Aline Cristina Fortunato Cruvinel
Este artigo apresenta aspectos que se sobressaem em estudos científicos sobre o Airbnb enquanto expressão do “urbanismo de plataforma” e indica processos que podem ser observados nas dinâmicas socioespaciais e econômicas estimuladas pelo aluguel de temporada mundo afora, visando formular caminhos para uma investigação multiescalar. Para isso, o artigo foi dividido em três partes. Na primeira, analisamos estudos sobre o Airbnb que englobam o conceito de urbanismo de plataforma, indicando os principais aspectos por eles apontados. Na segunda, são apresentados acontecimentos vinculados às atividades do Airbnb em cinco países (Estados Unidos, México, Canadá, Japão e China), apreendidos a partir de notícias de jornais. E na terceira, são elencados quatro processos relacionados a esses acontecimentos: a complexificação do sistema imobiliário; novos fluxos definidos pelo nomadismo digital; novos arranjos no setor privado; e a expansão das companhias de aluguel de temporada segundo lógicas políticas e econômicas preexistentes.

Mapeando o aluguel de temporada via plataformas: o Airbnb e o Booking.com no Rio de Janeiro (2024)
Mapping short-term rentals via platforms: Airbnb and Booking.com (2024)
Autora: Aline Cristina Fortunato Cruvinel
A pesquisa apresenta o processo de coleta e mapeamento de dados das plataformas Airbnb e Booking.com no Rio de Janeiro, através do uso de diferentes ferramentas digitais. O objetivo é entender como a prática do aluguel de temporada via plataformas digitais se espacializa na cidade estudada, levando em consideração suas particularidades. Para isso, apresenta-se o marco teórico-conceitual que enquadra tais práticas como exemplos do “urbanismo de plataforma”. Na sequência, traz-se o percurso metodológico que resultou em mapeamentos elaborados em GIS, usando dados preexistentes e dados oriundos de web scraping em linguagem Python, realizado com o auxílio de inteligência artificial. Como resultados, apresentam-se mapas que sintetizam a prática do aluguel de temporada no contexto carioca e uma análise preliminar dos dados obtidos. Tais resultados colaboram para o avanço da pesquisa sobre o tema no cenário brasileiro e ampliam o debate realizado em escala global.

Camadas urbano-digitais: Da infraestrutura global da Internet às dark kitchens (2024)
Urban-digital layers: from global Internet infrastructure to dark kitchens (2024)
Autora: Aline Cristina Fortunato Cruvinel; Luísa Cunha Teixeira
Nas últimas décadas, o aumento da quantidade de plataformas digitais, tais como Uber, iFood e Airbnb, e sua influência na maneira como as cidades são produzidas e gerenciadas têm estimulado o debate sobre a relação entre o digital e o espaço urbano. Diante desse cenário, este artigo tem como objetivo analisar o desenvolvimento da Internet como infraestrutura, em diferentes escalas e momentos históricos, com base em seus aspectos espaciais, de modo a constituir o que chamamos de camadas urbano-digitais. Para isso, apresentamos, inicialmente, o processo de desenvolvimento da Internet, nas décadas de 1990 e 2000, como uma infraestrutura global e nacional. Em seguida, analisamos a presença de dark kitchens da empresa Ifood, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, indicando como a plataforma espacializa uma infraestrutura de serviços no contexto local. Dados de cem estabelecimentos foram extraídos do website do iFood, através de um código em Python. Cada estabelecimento foi localizado via Google Street View e classificado como restaurante tradicional ou dark kitchen. Deste total, 64% são dark kitchens, que se concentram, em geral, em ruas menos centrais e menos movimentadas. Com base neste e em outros processos, indicamos como as plataformas têm constituído camadas urbano-digitais, que complexificam o processo de produção e gestão da cidade, gerando novas dinâmicas e tipologias espaciais. Por fim, propomos uma leitura da relação entre o digital e o urbano nas cidades brasileiras, com base em tendências globais e em particularidades socioespaciais de cada local, como expressão da presença das plataformas digitais no Sul Global.
